sábado, fevereiro 18, 2006

Por siempre jamás

Para aproveitar minha deprê, e também para inaugurar a lista de poemas, segue abaixo a tradução para uma poesia do Pérez Bonalde.

Para todo sempre!
Juan Antonio Pérez Bonalde

Traze-me uma caixa
de negra nogueira,
e nela deixa-me
por fim repousar.

De um lado meus sonhos
de amor coloca,
do outro,
minhas ânsias
de glória imortal;

A lira em minhas mãos
piedosas deixa,
e abaixo da almofada
meu formoso ideal...

Agora a tampa
traze e crava,
crava-a, crava-a
com força tenaz,
que nada meu
possa-me roubar...

Depois, uma cova
bem funda cava,
tão funda, tão funda,
que até ela jamais
alcance o ruído
do mundo a chegar.

Baixa-me a seu fundo,
a terra junta,
Cubra-me... e vá
embora
Deixando-me em paz...

Nem flores, nem lápide,
Nem cruz,
nem funeral;
E logo... esqueça-me
Para todo o sempre!



E a versão original:

Por Siempre Jamás!
Juan Antonio Pérez Bonalde

Traedme una caja
de negro nogal,
y en ella dejadme
por fin
reposar.

De un lado mis sueños
de amor colocad, del otro,
mis ansias
de gloria inmortal;

la lira en mis manos
piadosos dejad,
y bajo la almohada
mi hermoso ideal...

Ahora la tapa
traed y clavad,
clavadla, clavadlac
on fuerza tenaz,
que nadie lo mío
me pueda robar...

Después, una fosa
bien honda cavad,
tan honda,
tan honda,
que hasta ella jamás
alcance el ruido
del mundo a llegar.

Bajadme a su fondo,
la tierra juntad,
cubridme...
y marchaos
dejándome en paz...

¡Ni flores, ni losa,
ni cruz, ni funeral;
y luego...olvidadme
por siempre jamás!.

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